Amanhã, 8 de fevereiro, será um dia decisivo na luta entre os que querem entregar a Eletrobras e os que querem defende-la como patrimônio dos brasileiros, será o dia da Assembleia Geral Extraordinária (AGE) de número 170. Essa AGE terá na pauta a escolha entre a privatização ou a liquidação das distribuidoras do grupo Eletrobras. Ou seja, os acionistas deverão escolher qual o destino das distribuidoras do Acre, Rondônia, Amazonas, Roraima, Piauí e Alagoas, se essas empresas serão vendidas ou se serão simplesmente liquidadas, ou seja, extintas.

Qualquer uma das duas opções será desastrosa para as populações desses estados e será também um passo decisivo na privatização do restante do grupo Eletrobras, inclusive a Eletronorte. Isso a própria direto-ria privatista da Eletrobras assume, deixando claro que se desfazer das distribuidoras é condição indispensável para o andamento dos planos de privatização do grupo. Isso acontece porque como acumulam grande passivo e como são consideradas a parte “ruim” do grupo, as distribuidoras acabam por desvalorizar a Eletrobras como um todo e como se sabe, os grupos interessados em se apoderar da maior empresa de energia elétrica da América Latina querem apenas o “filé” e não admitem ficar também com o “osso”.

O processo de privatização da Eletrobras começou ainda em 2015, com a autorização para a privatização da CELG. Naquela época já alertávamos que aquele era apenas o começo e não tardou para o governo Temer anunciar a privatização de todas as outras distribuidoras e depois da própria Eletrobras. Engana-se, portanto, quem pensa que esse governo de traição nacional vá se contentar só com as distribuidoras, o Projeto de Lei da privatização da Eletrobrás, bem como a Medida Provisória que autoriza tal negociata já estão em tramitação no congresso.

As seis distribuidoras ameaçadas de privatização ou liquidação eram empresas estaduais e vieram parar dentro da Eletrobras justamente porque nos anos 90, em meio ao processo de privatização que atingiu a maioria dos estados, ninguém se interessou por comprar essas empresas, situadas em regiões de pouca atratividade econômica. Hoje o governo entreguista de Temer propõe vender as distribuidoras por R$ 50 mil cada, deixar a maior parte das dívidas com a própria Eletrobras e autorizar reajustes nas tarifas para a população de até 40%.

As empresas de distribuição da Eletrobras são viáveis, desde que haja uma gestão eficiente e que se admita que em regiões mais pobres e de difícil acesso, como é o caso da Amazônia, é necessário o investimento direto da União, com vistas a garantir a manutenção das populações em suas comunidades, especialmente em regiões isoladas e fronteiriças, ou então que haja uma política de subsídios cruzados para essas distribuidoras, como, aliás, vigorou até os anos 90.

Os sindicatos que compõem o Coletivo Nacional dos Eletricitários, bem como parlamentares patriotas estão tomando diversas providências jurídicas para evitar que se consume mais esse crime contra a soberania nacional e as populações dos estados da Amazônia e do Nordeste. Cabe aos trabalhadores das demais empresas do grupo Eletrobras, inclusive aos trabalhadores da Eletronorte, demonstrar ativamente total solidariedade aos trabalhadores das distribuidoras, que nesse momento estão na linha de frente dessa guerra para salvar nossas empresas. Hoje são eles, se não fizermos nada amanhã seremos nós.

Nota Sindinorte 07.02.18