Não há motivo algum que justifique a privatização da Eletrobras e suas subsidiárias. A estatal lida com questões complexas e delicadas, nos âmbitos ambiental, social, indigenista, arqueológico, hidrológico, do transporte hidroviário, e com os dois maiores biomas brasileiros, a Amazônia e o Cerrado, além de possibilitar o monitoramento da maior zona fronteiriça do país.

A Eletrobras conhece ainda as disparidades econômicas, sociais, culturais, sistêmicas, logísticas das diversas regiões do Brasil. Suas subsidiárias, Furnas, Chesf, Eletronorte, Eletrosul e outras são reconhecidas em suas regiões pela excelência dos serviços.

Com a privatização das mais de 270 subestações e seis distribuidoras de energia nos estados do Piauí, Acre, Roraima, Amazonas, Rondônia e Alagoas, o Brasil irá perder o controle dos mais importantes rios do país, o que colocará em risco a soberania nacional.  A venda das empresas energéticas também irá mexer com o bolso do consumidor, isso porque a privatização vai implicar em uma revisão do atual modelo tarifário.

Os maiores atingidos com a entrega do patrimônio público à iniciativa privada será a população com menor renda e os estados que ainda estão em processo de universalização ao acesso de energia por meio do Programa Luz Para Todos controlado pela Eletrobras.  A privatização das empresas do Sistema impactará, inicialmente, a conta de energia em no mínimo 17%.

Futuro do setor elétrico

A Empresa é essencial nos estudos de inventário, desenvolvimento de projetos de usinas e linhas de transmissão. Atrás de tudo isso está seu corpo técnico, que tem estado a serviço do Brasil estes anos todos. É com essa experiência que a Eletrobras poderá realizar estudos para garantir a oferta de energia para 2030, 40, 50.

Como forma de buscar uma alternativa estratégica para a questão que realmente contemple a sociedade brasileira, propiciando condições econômicas e sociais que visem à sustentabilidade das empresas estatais e a adequada modicidade tarifária, entende-se ser fundamental a abertura do diálogo com a sociedade, consumidores e trabalhadores do setor de energia de forma ampla e irrestrita, envidando esforços na direção de mecanismos de participação condizentes com a importância do assunto para a vida de todos os brasileiros.

Nesse sentido, apontamos algumas propostas para um novo modelo para o Setor Elétrico: