Os líderes do PSDB e DEM e do governo fecharam acordo, nesta quinta-feira (10), para que oprojeto do governo que reajusta o mínimo para R$ 545 seja votado na próxima quarta-feira (16). A decisão saiu após duas reuniões nesta tarde.

Na próxima terça-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, virá à Câmara para participar de comissão geral a partir das 15 horas, no plenário, para explicar os motivos do governo para a definição do reajuste do mínimo para R$ 545.

Na quarta-feira, em sessão extraordinária, o Plenário votará o projeto do governo e mais duas emendas: a primeira, do PSDB, que reajusta o mínimo para R$ 600. Em seguida, será apreciada a proposta do DEM que reajusta o mínimo para R$ 560.

Votação nominal
Na avaliação do líder do PSDB, deputado Duarte Nogueira (SP), “por se tratar de votação nominal, [na qual fica registrada como votou cada deputado] há grandes chances de vários deputados da base aderirem à proposta de R$ 600.”

Já o líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), acredita que a base está fechada na proposta de R$ 545, “que é a melhor para os trabalhadores”.

O projeto que chegou hoje à Câmara determina o reajuste do salário mínimo para os próximos quatro anos, com base na inflação do ano anterior e a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. A fórmula é a mesma em vigor desde 2007.

Divergências na base
A base do governo será enquadrada para votar o texto enviado pelo Executivo, porém haverá defecções. Uma é tida como certa. O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), que é presidente da Força Sindical apresentará emenda ao texto defendendo valor de R$ 580 para o piso nacional.

Essa votação deverá mostrar a força o governo e também suas contradições, sobretudo com um segmento que foi importantíssimo para a eleição da presidente Dilma. Será um teste de fogo para o Planalto, a base aliada, a oposição e para o movimento sindical.

Posição do PV
O líder do PV, deputado Sarney Filho (MA), anunciou que o partido apoiará o salário mínimo de R$ 560 – mesmo valor defendido pelas centrais sindicais.

Sarney Filho, no entanto, acredita no diálogo com o governo. “Nós não somos da base, mas hoje vieram aqui um ministro e um secretário-executivo conversar. Eu acredito que o governo caminhe para esse posicionamento (das centrais), que não quebra nenhuma regra anterior”.

(Agência Câmara, 10.02.11)