Brasília – Duas pesquisas desenvolvidaspelo Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais(UFMG) na Bacia do Rio São Francisco mostram como a natureza podesofrer por anos a fio com impacto ambiental e como os riscos à saúdehumana por causa da poluição podem persistir no tempo.
Segundo as pesquisas, as águas do RioSão Francisco em Três Marias (a cerca de 250 quilômetros de BeloHorizonte) estão fortemente contaminadas por metais pesados (comozinco, cádmio e cromo), lançados pela metalúrgica da extinta CompanhiaMineira de Metais (CMM) a partir de 1969, quando teve início a produçãode zinco eletrolítico (utilizado para revestir peças de ferro e evitarferrugem).
Os metais pesados foram lançados porcerca de uma década no Córrego da Consciência, que alimenta o SãoFrancisco. Somente no fim dos anos 70, a CMM construiu um diqueisolando os resíduos da metalúrgica do leito do rio. De acordo com ageógrafa Elizêne Veloso Ribeiro, autora do estudo com as amostras deágua, os metais pesados podem causar câncer e afetar o sistema nervosoe o sistema reprodutivo se forem acumulados no organismo.
Ela ressaltou que não há mais olançamento de metais pesados pela metalúrgica (hoje sob o controle daVotorantim Metais). O geólogo Wallace Magalhães Trindade, responsávelpela pesquisa com os sedimentos do rio, explicou, no entanto, que osrejeitos do passado formam “um estoque de contaminação” que estádepositado no fundo do rio. As partículas dos metais pesados sobem eficam no corpo da água conforme a mudança no volume e na temperatura dorio.
O gerente corporativo de Meio Ambienteda Votorantim Metais, o geólogo Ricardo Barbosa, disse à Agência Brasilque “não há risco nenhum à saúde humana e que os peixes não estãocontaminados”. Ele afirmou que a metalúrgica “não descarta maisresíduos no rio”, cumpre as condicionantes da licença ambiental emonitora “exaustivamente” a área conforme a legislação ambiental. Ogerente informou que será retirado das proximidades do rio um depósitojá desativado de resíduos.
Elizêne Veloso Ribeiro e WallaceMagalhães Trindade destacaram que a aplicação das leis ambientais evitaproblemas e ressaltaram o papel da fiscalização para o controle emonitoramento da qualidade do rio. Eles lembraram, porém, que asresoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) nãoregulamentam o lançamento de todas as substâncias tóxicas encontradaspelas pesquisas no Rio São Francisco, o que dificulta o trabalho defiscalização.
Além da presença dos metais pesados, aspesquisas identificaram problemas no Córrego Barreiro Grande (quetambém alimenta o Rio São Francisco) por causa do lançamento de esgotourbano e industrial em Três Marias. Durante quase um ano, as pesquisascoletaram amostras de água em um trecho de 160 quilômetros de extensão,que banha 15 municípios.
Outro passivo ambiental, em menor grauque Três Marias, foi verificado em Pirapora (a 340 quilômetros de BeloHorizonte), por causa da atividade metalúrgica e da indústria têxtillocal.
Denúncias sobre poluição de rios emMinas Gerais podem ser feitas nas superintendências regionais doInstituto Mineiro de Gestão das Águas ou pelo telefone (31) 3919.1177.Recentemente, o governo de Minas criou, na Secretaria de Meio Ambientee Desenvolvimento Sustentável, uma subsecretaria de fiscalização, cujostelefones são (31) (31) 3219.5518 ou 3219.5521.
Brasília – Duas pesquisas desenvolvidas pelo Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) na Bacia do Rio São Francisco mostram como a natureza pode sofrer por anos a fio com impacto ambiental e como os riscos à saúde humana por causa da poluição podem persistir no tempo.
Segundo as pesquisas, as águas do Rio São Francisco em Três Marias (a cerca de 250 quilômetros de Belo Horizonte) estão fortemente contaminadas por metais pesados (como zinco, cádmio e cromo), lançados pela metalúrgica da extinta Companhia Mineira de Metais (CMM) a partir de 1969, quando teve início a produção de zinco eletrolítico (utilizado para revestir peças de ferro e evitar ferrugem).
Os metais pesados foram lançados por cerca de uma década no Córrego da Consciência, que alimenta o São Francisco. Somente no fim dos anos 70, a CMM construiu um dique isolando os resíduos da metalúrgica do leito do rio. De acordo com a geógrafa Elizêne Veloso Ribeiro, autora do estudo com as amostras de água, os metais pesados podem causar câncer e afetar o sistema nervoso e o sistema reprodutivo se forem acumulados no organismo.
Ela ressaltou que não há mais o lançamento de metais pesados pela metalúrgica (hoje sob o controle da Votorantim Metais). O geólogo Wallace Magalhães Trindade, responsável pela pesquisa com os sedimentos do rio, explicou, no entanto, que os rejeitos do passado formam “um estoque de contaminação” que está depositado no fundo do rio. As partículas dos metais pesados sobem e ficam no corpo da água conforme a mudança no volume e na temperatura do rio.
O gerente corporativo de Meio Ambiente da Votorantim Metais, o geólogo Ricardo Barbosa, disse à Agência Brasil que “não há risco nenhum à saúde humana e que os peixes não estão contaminados”. Ele afirmou que a metalúrgica “não descarta mais resíduos no rio”, cumpre as condicionantes da licença ambiental e monitora “exaustivamente” a área conforme a legislação ambiental. O gerente informou que será retirado das proximidades do rio um depósito já desativado de resíduos.
Elizêne Veloso Ribeiro e Wallace Magalhães Trindade destacaram que a aplicação das leis ambientais evita problemas e ressaltaram o papel da fiscalização para o controle e monitoramento da qualidade do rio. Eles lembraram, porém, que as resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) não regulamentam o lançamento de todas as substâncias tóxicas encontradas pelas pesquisas no Rio São Francisco, o que dificulta o trabalho de fiscalização.
Além da presença dos metais pesados, as pesquisas identificaram problemas no Córrego Barreiro Grande (que também alimenta o Rio São Francisco) por causa do lançamento de esgoto urbano e industrial em Três Marias. Durante quase um ano, as pesquisas coletaram amostras de água em um trecho de 160 quilômetros de extensão, que banha 15 municípios.
Outro passivo ambiental, em menor grau que Três Marias, foi verificado em Pirapora (a 340 quilômetros de Belo Horizonte), por causa da atividade metalúrgica e da indústria têxtil local.
Denúncias sobre poluição de rios em Minas Gerais podem ser feitas nas superintendências regionais do Instituto Mineiro de Gestão das Águas ou pelo telefone (31) 3919.1177. Recentemente, o governo de Minas criou, na Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, uma subsecretaria de fiscalização, cujos telefones são (31) (31) 3219.5518 ou 3219.5521.
(Gilberto Costa, Agência Brasil)
