O preço da cesta básica na capital federal ficou mais cara este mês e alcançou o terceiro lugar no ranking do Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo e Manaus. É o que revelou a pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgada nesta sexta-feira (4/2). O estudo, que apura o valor dos trezes produtos que compõem a cesta básica em 17 capitais brasileiras, apontou que Brasília teve uma alta de 9,41% no preço médio dos produtos, em relação a dezembro de 2010. O resultado é um aumento de R$ 233,67 para R$ 255,65, acréscimo de R$ 21,98.

Segundo o Dieese, os produtos que impulsionaram esse crescimento no valor da cesta de dezembro para janeiro de 2011 foram o tomate (71,61%), a batata (53,21%), a banana (12,09%) e em menores proporções a carne (5,78%) e o óleo (4,98%). Os dados apontam queda apenas em dois produtos, leite (-5,56%) e feijão (-5,46%).

Já em relação a janeiro de 2010, o preço da cesta teve uma variação de 19,20%. Antes o brasiliense podia comprar uma cesta básica com R$ 214,47. Isso equivale a um acréscimo de R$ 41,18 para a compra dos treze produtos básicos. Esse índice colocou o Distrito Federal no quarto lugar entre as capitais onde houve maior variação entre os valores da cesta em relação ao ano anterior. O DF ficou atrás de João Pessoa com 23,08%, Goiânia com 20,97% e Natal com 20,28%. Os produtos que alavancaram esse crescimento foram o tomate (46,15%), a carne (29,56%) e a banana (28,87%). O único produto que teve queda foi a batata, com -1,24%.

Outros índices
Para poder garantir a compra de uma cesta básica, o brasiliense que ganha um salário mínimo precisou trabalhar 104 horas e nove minutos durante o mês de janeiro. Em outras cidades, como São Paulo e Manaus, os assalariados precisam trabalhar 106 horas e 26 minutos e 104 horas e 13 minutos, respectivamente.

Em relação ao valor necessário para a compra dos produtos básicos para alimentar uma família padrão, com dois adultos e duas crianças, os brasilienses precisaram de R$ 766,95, o que equivale a 1,5 salários mínimos.

O Dieese também fez um estudo com base no custo mais elevado da cesta básica, no caso São Paulo, relacionado a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve suprir as necessidades básicas como alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. Essa pesquisa indicou que para garantir todas essas necessidades, o brasileiro precisaria receber um salário mínimo de R$ 2.194, 76.