A coleta de lixo em todo o DF deve voltar ao normal nos próximos dias. Empresas desse setor entraram em acordo na tarde de ontem sobre a contratação de funcionários. A limpeza nas ruas deixou de ser feita depois que o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) suspendeu contrato com a Qualix e a Valor Ambiental, as empresas terceirizadas até então responsáveis pelo serviço. A ação se deu por determinação do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). Assim, a gestão do lixo ficou com a Delta Construções.

Ontem, a Qualix e a Valor Ambiental aceitaram migrar funcionários já capacitados para a Delta. Os profissionais vão receber todos os direitos trabalhistas e depois serão admitidos pela nova empresa contratada. “Essa migração não ocorre da noite para o dia. Os experientes vão ensinar os novos e o serviço vai voltar ao normal aos poucos”, explicou o presidente do Sindicato de Limpeza Urbana Terceirizada do DF, Raimundo Nonato.

Substituição
A troca de empresas ocorreu depois do julgamento de recursos referentes à licitação realizada em 2007. A briga pelo controle da limpeza pública tem um motivo: o contrato de quase R$ 10 milhões, válido por cinco anos. Em março de 2007, a Delta foi a empresa que ofereceu o menor valor durante o processo licitatório, nos lotes 1 e 3. Os lotes são formados por áreas da cidade, nas quais a empresa poderá atuar.

A proposta da Delta era a de executar o serviço de limpeza por R$ 6.148.626,23 no lote 1 e R$ 2.909.531,17 no terceiro lote. Porém, o SLU, à época, entendeu que a empresa não apresentou todas as documentações exigidas para firmar o contrato. Com o imprevisto, a Qualix, segunda colocada na licitação, ganhou o lote 1 por R$ 6.386.143,81 e a Valor Ambiental, o lote 3, por R$ 3.108.053,87.

Na semana passada, o SLU cumpriu determinação do Tribunal de Justiça, que indicou a entrega dos serviços à Delta. Segundo o órgão de limpeza, o contrato assinado com a nova empresa representará uma economia mensal de mais de R$ 430 mil aos cofres públicos. Em meio à disputa, os funcionários da Qualix e da Valor temiam demissão em massa. Chegaram a organizar manifestações. Os transtornos para a população, porém, parecem longe de terminar. Agora, quem cruzou os braços foram os funcionários da GHS, empresa responsável pelo corte da grama de toda a cidade. “Eles não receberam 13º salário e decidiram paralisar a partir de amanhã (hoje)”, avisou Raimundo.

(Leilane Menezes, Correio Braziliense)