Capacidade instalada desta fonte pode crescer de 84 mil MW em 2007 para 308 mil MW em 2050, aponta relatório do Greenpeace

O Brasil poderá produzir 93% da eletricidade por fontes renováveis até 2050, de acordo com a 2ª edição do relatório “Revolução Energética – A caminho do Desenvolvimento Limpo”, publicado nesta semana pelo Greenpeace no Brasil. O documento relata também que a capacidade instalada de tecnologias renováveis pode crescer de 84 mil MW em 2007 para 308 mil MW em 2050. Mas para aumentar a capacidade renovável em mais de três vezes nos próximos 40 anos serão necessários investimentos da iniciativa privada, interesse do consumidor e apoio governamental através de instrumentos políticos bem definidos.

Entre as propostas do estudo para a viabilização do crescimento das energias renováveis estão: eliminação da tecnologia nuclear e redução da utilização de combustíveis fósseis mais poluentes para a geração de eletricidade; permanência da energia hídrica como maior fonte para a produção de eletricidade no país; incremento do uso de biomassa; energia eólica como a renovável de maior expansão; ampliação da indústria de painéis solares fotovoltaicos e aumento da eficiência energética.

Nos cálculos do Greenpeace ficam de fora termelétricas a óleo combustível, carvão e usinas nucleares. A geração de energia fóssil é restrita ao gás natural, com 7,3% de participação na matriz elétrica. A hidrelétrica fica restrita a pequenas centrais, à repotenciação e ao aproveitamento de usinas existentes e passa a responder por 45,6% da geração total. Energia eólica na costa e offshore contribuirão com 20,4%, seguida pela biomassa, com participação de 16,7% na matriz. Geração solar por painéis fotovoltaicos e usinas heliotérmicas chegarão a 9,2%.

Segundo o relatório, a adoção de tecnologias renováveis aumentará o custo de geração elétrica entre R$ 90 e R$ 106/MWh entre 2007 e 2020, subindo a R$ 127/MWh em 2040 e estabilizando em R$ 120/MWh em 2050, devido à redução do preço das energias eólica e solar. Em relação aos investimentos totais no setor elétrico, o documento prevê uma demanda de R$ 869 bilhões entre 2005 e 2050. As emissões do setor elétrico devem atingir, segundo o relatório, o pico de 47 milhões de toneladas de CO2 por ano em 2040 e devem cair para 23 milhões de toneladas de CO2 em 2050. A redução será possível devido à substituição das termelétricas pela ampliação do parque de usinas renováveis.

Os empregos renováveis também foram tema do relatório do Greenpeace. Os números de ampliação da capacidade instalada de novas usinas indicam que, até 2050, 3,62 milhões de empregos serão criados no setor de geração de energia no Brasil. Deste montante, 3,55 milhões serão provenientes de atividades de construção, operação e manutenção de sistemas renováveis, bem como da área de programas e ações de eficiência energética.

O documento “Revolução Energética – A caminho do Desenvolvimento Limpo” está disponível para assinantes na Biblioteca do CanalEnergia Corporativo.

(Dayanne Jadjiski, da Agência CanalEnergia)