O resultado do Censo 2010 indica que o Brasil tem 190.732.694 habitantes. Em comparação com o Censo 2000, ocorreu um aumento de 20.933.524 pessoas. Esse número demonstra que o crescimento da população brasileira no período foi de 12,3%, inferior ao observado na década anterior (15,6% entre 1991 e 2000).

O levantamento mostra também que a população é mais urbanizada que há dez anos: em 2000, 81% dos brasileiros viviam em áreas urbanas, agora são 84%. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizaram este trabalho 230 mil pessoas, sendo 191 mil recenseadores.

A região Sudeste continua a mais populosa do País, com 80.353.724 pessoas. Mas entre 2000 e 2010, a região perdeu participação (de 42,8% para 42,1%), assim como as regiões Nordeste (de 28,2% para 27,8%) e Sul (de 14,8% para 14,4%). Por outro lado, aumentaram seus percentuais de população as regiões Norte (de 7,6% para 8,3%) e Centro-Oeste (de 6,9% para 7,4%).

Entre as unidades da federação, São Paulo lidera com 41.252.160 pessoas. Por outro lado, Roraima é o estado menos populoso, com 451.227 pessoas. Houve mudanças no ranking dos maiores municípios do País, com Brasília (de 6º para 4º) e Manaus (de 9º para 7º) ganhando posições. Por outro lado, Belo Horizonte (de 4º para 6º), Curitiba (de 7º para 8º) e Recife (8º para 9º) perderam posições.

Os resultados mostram que existem 95,9 homens para cada 100 mulheres, ou seja, existem mais 3,9 milhões de mulheres a mais que homens no Brasil. Em 2000, para cada 100 mulheres, havia 96,9 homens. A população brasileira é composta por 97.342.162 mulheres e 93.390.532 homens.

Entre os municípios, o que tinha maior percentual de homens era Balbinos (SP) e de mulheres era Santos (SP). O Censo 2010 apurou ainda que existiam 23.760 brasileiros com mais de 100 anos. Bahia é a unidade da federação a contar com mais brasileiros centenários (3.525), seguida por São Paulo (3.146) e Minas Gerais (2.597).

Levantamento
O Censo Demográfico compreendeu um levantamento de todos os domicílios do País. Foram visitados 67,6 milhões de domicílios e ao menos um morador forneceu informações sobre todos os moradores de cada residência.

A partir de 4 de novembro, o IBGE realizou um trabalho de supervisão e controle de qualidade de todo material coletado, em conjunto com as Comissões Censitárias Estaduais e das Comissões Municipais de Geografia e Estatística.

Do total dos domicílios recenseados, os moradores foram entrevistados em 56,5 milhões. Foram classificados como fechados 901 mil domicílios, em que não foi possível realizar as entrevistas presenciais, mas havia evidências de que existiam moradores. Nesses casos, o IBGE utilizou uma metodologia para estimar o número de pessoas residentes nesses domicílios fechados.

Esta é uma prática já adotada por países como Estados Unidos, Canadá, Austrália, México e Nova Zelândia, A metodologia consiste em atribuir a cada domicílio fechado o número de moradores de outro, que havia sido inicialmente considerado fechado e depois foi recenseado. A escolha foi aleatória, levando em conta a unidade da federação, o tamanho da população do município e a situação urbana ou rural.

Os recenseadores percorreram os 5.565 municípios brasileiros e as entrevistas foram realizadas por meio de três métodos: entrevista presencial, questionário pela internet e, por fim, a estimação do número de moradores em domicílios fechados.

(Fonte: Em Questão, 30.11.10)

Dados do Censo 2010 mostram que proporção é de cem mulheres para 91 homens no DF

Um dado revelado no Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) chamou a atenção dos especialistas. Nos últimos dez anos, a população do Distrito Federal cresceu quase 25%, o dobro da média nacional, mas a razão de sexo da população, ou seja, a proporção de homens e mulheres, manteve-se a mesma. E elas continuam dominando a capital federal. Para cada cem mulheres em Brasília faltam nove homens.

A razão de sexo no Distrito Federal é 0,917. Quanto mais próxima de um, mais equilibrada é a proporção entre homens e mulheres na unidade da Federação. O DF tem uma das menores razões do País, semelhante ao Rio de Janeiro, Alagoas, Ceará e Piauí. O Estado de Pernambuco tem a maior quantidade de mulheres comparada ao número de homens. Para cada cem pernambucanas, faltam 11 homens. “Ainda não é possível, com os dados disponíveis, saber se as proporções de homens e mulheres – mudando ou se mantendo as mesmas, como é o caso do DF – têm a ver com migrações ou nascimentos. Mas uma coisa se repete em todo o País: o número de mulheres é maior”, afirma a coordenadora Operacional do Censo 2010 no DF, Verônica Magalhães.

A média brasileira é de 93 homens para cada cem mulheres, mais equilibrada que a da capital federal. “A estatística não mente. Está faltando homem mesmo no mercado. Em todo lugar a proporção de mulheres é maior, seja em festa, bar ou shows”, afirma a estudante, de 23 anos, Wesliane de Oliveira. As amigas concordam com ela. “A coisa está feia, principalmente para nós solteiras. O jeito é reunir no bar e nos divertir como podemos, conversando”, diz Érika Guedes, de 23 anos. “A população cresce, mas dá a impressão que cresce só no universo feminino”, revela a contadora Jussara Ribeiro, de 22 anos.

(Marina Marquez, Jornal de Brasília, 1.°/12/10)