Depois de 11 mortes de recém-nascidos em 40 dias por causa de um surto de bactérias, o governador do Distrito Federal (DF), Rogério Rosso, anunciou hoje (16) medidas emergenciais, como a compra de material hospitalar e convocação de servidores para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital Regional da Asa Sul (Hras). A UTI Neonatal do Hras é maior do DF e foi nela que os bebês morreram.

As medidas visam a conter o surto provocado pelas bactérias Klebsiella, Serratia e estafilococos. De acordo com o governador, será feita a compra imediata de cinco produtos, como cateter. No entanto, Rosso nem as autoridades da área de saúde do governo do DF informaram a lista completa do material a ser adquirido, porque, segundo eles, ainda será definida. A previsão é que os produtos cheguem ao hospital no prazo de 15 dias.

Rosso autorizou a contratação de profissionais do banco reserva de pessoal, entre médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. A quantidade também não foi informada. Estima-se que a UTI Neonatal necessite de mais 42 servidores. Outra medida prevê a abertura de edital de concurso público para profissionais da área de saúde até o final da semana.

Segundo a secretária de Saúde do DF, Fabíola Nunes, o atendimento na UTI continuará restrito a casos de alto risco – medida adotada desde o final do mês passado -, que exijam mais recursos. Atualmente, os 30 leitos da UTI Neonatal do Hras estão ocupados – sendo que seis bebês estão isolados com quadro de infecção por bactéria.

“Se a gente aumenta o atendimento, a gente salva vida, mas aumenta o risco de infecção [hospitalar].”, disse a secretária. A recomendação é que os recém-nascidos sejam levados para outros hospitais da rede pública ou privada. O DF dispõe de 81 leitos públicos de UTI Neonatal – todos lotados.

A secretária garante que tem sido feito o controle de infecção hospitalar na UTI. No entanto, o número de mortes considerado razoável em UTIs neonatais é de três por mês. “Os riscos de infecção hospitalar são permanentemente monitorados e combatidos”, afirma a secretária.

Especialistas afirmam que a contaminação por bactérias ocorre pela falta de higienização por parte dos profissionais de saúde ou uso de objetos infectados. Não foram registradas mortes de bebês relacionadas à superbactéria KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase).

(Carolina Pimentel, Agência Brasil)