O cientista político Amaury de Souza, pesquisador associado do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets) acrescentou que o país vai assistir a uma campanha dura por parte dos dois candidatos. Ele acrescentou que os debates nas redes de televisão serão cruciais. “Agora é que vamos ver o quão competentes os candidatos são.”
No rádio, a propaganda gratuita foi transmitida às 7h e retorna ao meio-dia. Cada coligação tem direito a dois blocos de dez minutos de exposição que, no caso da TV, ainda serão veiculados: às 13h e às 20h30.
O professor da Universidade de Brasilia (UnB) e também cientista político, João Paulo Peixoto, por sua vez, considera que caberá a Dilma Rousseff se expor mais ao eleitorado. Ela terá que apresentar ao público o que pretende fazer à frente da Presidência, caso eleita, uma vez que “não há continuidade 100%” de um presidente para outro por mais alinhados que sejam.
Ele avaliou que, no caso de Serra, as maiores dificuldades que terá pela frente será convencer o eleitorado de que é o mais preparado para administrar o país, em um cenário econômico que não lhe é favorável. “Ele tem contra sua campanha um ambiente econômico muito bom para a população como a perspectiva de crescimento para 2010 de 7% e o consumo em alta. Nunca o brasileiro viajou tanto pelo país e para o exterior”, afirmou.
Já o cientista político também da UnB e especialista em análise de pesquisas e tendências, Paulo Kramer, destacou que algumas questões ainda não estão muito claras, o que torna ainda mais imprevisível o resultado desta eleição, mesmo que Dilma largue com uma importante vantagem de votos. No caso da petista, ele não sabe, por exemplo, se o presidente Lula já transferiu todos os votos que poderia no primeiro turno ou se ainda tem capacidade de ampliar esse número.
Já no caso de José Serra, o cientista avalia que podem pesar contra ele pontos que repercutiram mal na sua gestão no governo de São Paulo.
(Fonte: Marcos Chagas e Alana Gandra, Agência Brasil)
