Ao que parece, o pacote de maldades do presidente da Eletrobras, Wilson Pinto Jr não tem limites. Sua obsessão é incluir a estratégica área de Saúde e Segurança do Trabalho no malfadado Centro de Serviços Compartilhados (CSC) entre as empresas do Grupo.

Ao que parece, o pacote de maldades do Sr. Wilson Pinto Jr (presidente interino da Eletrobras) não tem limites. Foi ele mesmo que: fez a contratação milionária, sem licitação, de uma empresa de comunicação para falar mal da Eletrobras; chamou os trabalhadores de vagabundos e recebeu advertência da Comissão de Ética da Presidência da República; acumulou cadeira em sete Conselhos de Administração o que lhe valeu o apelido de “Pinto de 7 Cabeças”; e ainda pediu a favor de si próprio, um reajuste salarial de 46%. Com este repertório, a novidade agora é a proposta absurda de precarização das áreas de Segurança no Trabalho e Saúde Ocupacional de Furnas e das Empresas do Grupo Eletrobras.

A obsessão de Wilson Pinto Jr é incluir a estratégica área de Saúde e Segurança do Trabalho no malfadado Centro de Serviços Compartilhados (CSC) entre as empresas do Grupo. Para onde vão as ditas “atividades transacionais” como folha de pagamento, diárias de viagem, etc. A Intersindical Furnas nem vai entrar no mérito amplo do CSC, já que há descumprimento de cláusula do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) na concepção deste processo de reestruturação e a Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) já discute isso judicialmente.

Mas não podemos nos calar quando se realiza um movimento de esquartejamento das áreas de Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional. Os resultados de qualquer movimentação nesta área podem ser catastróficos. Qualquer desestruturação da área de Segurança no Trabalho pode elevar o índice de acidentes que, se considerarmos a relevância do risco elétrico, podem incapacitar ou mesmo ter consequências fatais.

As empresas do Grupo Eletrobras sempre foram referência positiva em relação aos índices de acidente de trabalho no Setor Elétrico Brasileiro. Furnas sempre teve destaque na atuação multidisciplinar harmônica entre as equipes de Saúde e Segurança.

Além disso, segundo dados da Fundação COGE, não existe benchmark que traduza um caso de sucesso de uma empresa do porte de Furnas ou da Eletrobras no Setor que tenha integração entre as atividades de Saúde e Segurança em centro de atividades transacionais. Muito pelo contrário! As áreas de Segurança no Trabalho e Saúde Ocupacional são tidas como estratégicas pelas maiores empresas de infraestrutura do mundo e estão cada vez mais próximas hierarquicamente da alta administração para ter maior autonomia e credibilidade. Isto é – pelo entendimento de que quanto mais seguro se sente o trabalhador exposto a risco, maior tende a ser a sua produtividade – o que reflete diretamente nos resultados operacionais e econômicos das empresas.

Precarizar Segurança e Saúde não é uma novidade na biografia de Wilson Pinto Jr. Em 2012 ele tentou fazer o mesmo na CPFL (que depois foi entregue aos chineses), mas a equipe técnica trouxe diversos pareceres contrários elencando todos os riscos possíveis e Pinto Jr teve que voltar atrás. Cobraremos dos técnicos e diretores de Furnas que tenham a mesma postura e faremos nossa parte promovendo uma resistência sem precedentes para que os nossos milhares de trabalhadores que trabalham em cima das linhas de transmissão, nas usinas, nas subestações, laboratórios, centros de controle, possam voltar para suas casas, junto de suas famílias, seguros e com sua total integridade física e psicológica!

Wilson Pinto Jr é apoiado neste processo pela Consultoria Roland Berger, mais uma contratada sem licitação. Esta mesma empresa já esteve em Furnas recentemente para fazer um processo de reestruturação. Registre-se que Furnas já tem o seu CSC, e que a área de Segurança e Saúde segue ligada à Superintendência de Recursos Humanos. O que fez a Roland Berger mudar de ideia? A Intersindical tomou conhecimento de um parecer feito por um Engenheiro Químico, sem nenhuma expertise nas áreas de Saúde e Segurança. Vamos investigar e, se for o caso, denunciar!

Furnas tem uma capilaridade imensa, presente em 15 estados da federação e no Distrito Federal, com áreas de Operação e Engenharia fortes e pujantes. O esfacelamento das áreas de Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional, e o natural aumento de acidentes, destroem o endomarketing da empresa e a imagem corporativa. Nenhuma vida vale mais que qualquer promessa de pseudo eficiência ou ganho de escala. Não permitiremos que esta insanidade siga adiante. Vamos até às últimas consequências para impedir!

Boletim Saude Segurança InterSindical FURNAS