Na quinta-feira, 22 , em Brasília,  o Coletivo Nacional do Eletricitários (CNE), entidade que congrega os sindicatos e associações dos trabalhadores do setor elétrico do país, participou de uma reunião com o pré-candidato à presidência da república pelo PSol, Guilherme Boulos, para entrega do “Manifesto dos trabalhadores Eletricitários por um setor elétrico público, eficiente e para todos”.

Na ocasião, o presidenciável enfatizou a necessidade de ampliar o debate com a sociedade sobre os impactos da privatização da maior estatal elétrica da América Latina. Ele destacou ainda que a venda da Eletrobras é um ataque à soberania nacional.

“Ao colocar a energia de acordo com os interesses do mercado vai se negar atendimento para regiões do país onde não há lucro. A privatização vai gerar mais apagões e não representa melhora no serviço, ao contrário do que diz o governo, é perda de qualidade. É preciso construir um projeto soberano para o Brasil”, destacou Boulos.

O documento traz uma série de dados sobre a atual situação do setor elétrico nacional, além de propostas com base técnica para o aprimoramento do setor na esfera pública. De acordo com o manifesto, a partir dos anos 90, e no rastro das políticas neoliberais o setor elétrico brasileiro passou a ser laboratório de experimentação de fórmulas importadas de outras nações, que guardam pouca semelhança com a brasileira.

Dentre as propostas para um modelo democrático e sustentável para o Setor Elétrico Brasileiro, os eletricitários ressaltam a valorização das energias renováveis, o fortalecimento das empresas estatais, com foco na sustentabilidade e ação voltada aos projetos estruturantes, bem como, a criação de um fundo nacional de equalização para beneficiar as empresas de distribuições de regiões sem viabilidade econômica.

“Na maioria dos estados da Amazônia, o serviço de distribuição de energia elétrica simplesmente não é viável economicamente. A não ser com a prática de tarifas exorbitantes ou com péssima qualidade de fornecimento para comunidades carentes ou isoladas. Por isso é urgente a criação de um fundo que redistribua parte dos lucros das empresas de distribuição situadas nas regiões mais desenvolvidas para aquelas que atuam na Amazônia brasileira, fundo esse a ser administrado pela Eletrobras”, afirma o documento.