Terminou no sábado, dia 27 de janeiro, em Porto Alegre, o 27º Seminário de Planejamento do Coletivo Nacional dos Eletricitários. Após três dias de debates, com a presença massiva de lideranças sindicais de todo o Brasil, em que aspectos políticos, econômicos e jurídicos do cenário atual foram debatidos, além das privatizações e estratégias para impedir que tentativas de retrocesso do governo avancem.

A mesa de encerramento contou com a participação do economista do DIEESE/FNU de Gustavo Teixeira, o assessor parlamentar, Jerônimo Guedes, a assessora jurídica, Clara Lis Coelho de Andrade, ambos da Advocacia Garcez e Wellington Diniz, secretário jurídico da STIU Maranhão.

Gustavo Teixeira apresentou estudos sobre os custos do governo para liquidar as Distribuidoras da Eletrobras, que chegam a 19 bilhões de reais. Destacou ainda que apesar dos esforços da União para “convencer” que as estatais de energia elétrica dão prejuízo, elas dão lucro.

“Tanto que elas despertam o interesse do setor privado”, destacou Teixeira. Ainda, fez uma comparação com a situação de países da Europa, ao mostrar que o Governo está na contramão do que acontece no mundo ao optar pela privatização.

“Muitos países que passaram por esse processo estão voltando atrás, mostrando que o que a sociedade quer é a reestatização e que essas empresas estejam no controle do poder público”, enfatizou.

Em busca de estratégias de enfrentamento, Jerônimo Guedes lembrou que muitos são os setores que estão sob a ameaça de privatização e que a luta para barrar os processos deve considerar a questão e se fortalecer em conjunto com trabalhadores e trabalhadoras de outras estatais que também estão nessa batalha.

Para além da união com outras categorias, assessorias jurídicas e o diálogo com a sociedade também podem ser aliados importantes e decisivos, pois está é a maior interessada e quem mais perde com a entrega das estatais.

Em relação ao viés jurídico, as medidas encaminhadas se mostram eficientes e todos concordam que as estratégias são relevantes, até então. Já em relação à sociedade, houve uma concordância de que essa aproximação deva ser mais bem trabalhada pelas entidades sindicais.

“Temos que estar preparados para apresentarmos propostas consistentes quando formos questionados a respeito de soluções para as estatais que não as privatizações”, enfatizou Wellington Diniz.

O Seminário do CNE finalizou com a aprovação do calendário das próximas atividades, Nailor Gato, um dos coordenadores do CNE concluiu dizendo que “com certeza será um ano de muita mobilização na defesa da democracia, pela soberania nacional e na intensificação da luta contra a privatização da Eletrobras”.

CALENDÁRIO CNE

29 a 31.02 – Assembleias de Deliberação das Pautas;

01.02 – Entrega da Pauta Nacional e Específica – Brasília/DF;

08.02 – AGE 170 ELETROBRAS – Distribuidoras;

19.02 – GREVE GERAL – Contra a Reforma da Previdência;

21.02 – Lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa das Distribuidoras;

22.02 – 1ª Rodada de Negociação Nacional – Brasília/DF;

27.02 – Audiência de Assédio Moral – Brasília/ DF.